Atiradas para a valeta…
- … Isto não se faz!... Já viu ?!... As pessoas parece que andam todas malucas. Poça, isto não se faz a um bicho e vai fazer-se assim a uma pessoa?!... Parece que anda tudo maluco… Isto não se faz!... Já viu ?!...
Tento ouvir com paciência este disco riscado… Mas a verdade é que este tipo de discurso, por repetido, já me enjoa… Custa-me perder tempo e energias a chorar as agruras do caminho, sem nunca se parar – para auto-analisar-se a ver se esse é o caminho certo ou errado… Lembra-me o gato atrás do rabo – que nunca consegue agarrar, mas não desiste… Apesar de toda aquela perda de tempo e de energias. Ou o macaco que, de mão cheia de amendoins na armadilha, já não mais as larga e se deixa apanhar… Comportamentos rígidos – explica a Psicologia. Mas não é de “explicações” que a gente precisa...
Penso que todos andamos a precisar de mudar de rumo num certo jeito de pensar e de sentir. Sobretudo em matéria de relações ditas “amorosas”. Sim, porque muitas dessas nossas relações são “amorosas”, mas só de amor debilitado. Que não de amor firme – o único de que precisamos, porque o único que dá mais vida à nossa vida.
Entretanto, se se fala em parar para, em pequenos grupos de “terapia informal”, aprendermos a arte de nos tornarmos instrutores uns dos outros, a procurar aquilo para que sozinhos não vemos mais saída, logo vem a desclassificação: - Oh, isso são teorias!... Estou farto/a de procurar…(Frases álibi para fugir ao trabalho e dor que toda a mudança séria implica…).
Naquele dia, a coisa passou-se assim: O parzinho partiu do Porto, pela A29, rumo a Aveiro, para ir jantar com outros parzinhos de amigos que estavam a passar uns dias na quinta duns avós que já partiram. - É preciso dar vida áquilo, porque o abandono estraga as coisas… Só que, já dentro do carro e a caminho de Aveiro, o fogo das emoções exaltadas atingiu o rubro. E ele não esteve com mais aquelas. Para o carro, atira-a para a valeta e segue sozinho, já com novo rumo…
São tantos os casos de violência deste género (isto e muito pior…) que dá que pensar… Que se estará a passar entre os jovens que se amam ? Não para condenar – ele ou ela. Isso é fácil. Difícil é procurar novos rumos para um amor que sempre teima – porque a vida sem amor já não é mais vida…
Todos sabemos, porém, que o amor pode tornar-se EFECTIVO. Sim. Mas só para aqueles que CUIDAM dele. Porque o desejo de um “Amor Firme” é inspirado pelo “céu”, mas a sua com+STRU+ção terá de levantar-se sobre este chão duro que todos pisamos aqui na terra…
Mas é sempre e só cada um que tem de tomar as suas decisões adequadas sobre o que vai fazer para tornar-se mestre no seu “ofício” de aprendiz da arte de Amar, deixar-se Amar e tudo Por em Amor… A vida é um caminho que só se faz a pé e ninguém pode aprender a andar em vez de ninguém…